"MEUS DEUS, MATARAM MEU FILHO". "MEU IRMÃO FOI EMBORA". "ACABARAM COM MEU AMOR". Tais frases tornaram-se comuns nas periferias da nossa cidade. Já faz parte do dia a dia, amanheçermos com notícias de mortes, exterminios, chacinas. A violência se banalizou. Agora pela manhã, a imprensa divulgou através da Cetrel que, 14 homens jovens foram mortos durante o fim de semana. Recentimente ouvi da Wilma Reis (Professora do Ceao e Coordenadora do Cdcn), que hoje um jovem possui apelido é algo muito perigoso. "Quando chego num lugar me indentifico logo como Wilma Reis". Você ter um apelido hoje, lhe remete a possíbilidade de ser morto. Eu sempre me identifico como Robson Dy Corrêa. Não ostento apelido, apesar de na minha comunidade pessoas chamarem-me de Educador, Professor, Rasta etc e tal. Quero continuar sendo reconhecido como Robson Dy Corrêa. Não há outro. Não tenho apelido. Nosso movimento popular, já marchou por "N" questões. Pela água, contra o aumento da passagem do ônibus, pelo meio ambiente, pela educação, pela saúde, pelo portadores de necessidades especiais, pela mulher, pela criança, pelo idoso. Por tudo. Nossa Juventude Negra, está morrendo aos montes. E nós não marchamos ainda. Não vêmos? Não ouvimos seus gritos? Não choramos suas lágrimas? Não sentimos sua dor? Não perdemos seu amor? Não somos a juventude? Val, um músico da comunidade (morador da avenida oeixe) me disse ontem num ato cultural no Parque São Bartolomeu, que ter 31 anos, morando na av peixe, o cara tem que ser guerreiro e héroi. Eu concordo com Val. Eu façi nessa primavera, 44 anos. Já sou um verdadeiro guerreiro e héroi. Precisamos mostrar a nossa indignação para a sociedade que nos cerca e que acha que tudo é normal. Há lá fora uma sociedade burguesa, branca, racista que acredita está livre dessas ameaças. A desgraça só bate na porta ao lado, nunca na minha. Marchemos para mudar o que ai se instalou, antes que seja tarde demais.
Abraxé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário